EUA retiram tarifas recíprocas de produtos agrícolas, mas incerteza permanece para o Brasil

Foto: Evan Vucci/Copyright 2025 The AP

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (14) a retirada das chamadas tarifas recíprocas sobre uma série de produtos agrícolas importados, entre eles café, frutas tropicais e carne bovina. A decisão, divulgada em comunicado oficial da Casa Branca, entra em vigor imediatamente e altera o escopo das tarifas estabelecidas em abril.

Segundo o governo norte-americano, as tarifas foram suspensas para itens considerados de oferta insuficiente no mercado interno dos EUA — como café, chá, cacau, sucos, bananas, laranjas, tomates, carne bovina e alguns fertilizantes. A medida pode favorecer países exportadores, incluindo o Brasil, grande fornecedor desses itens.

Apesar da decisão, a posição do Brasil permanece incerta. Desde agosto, produtos brasileiros enfrentam uma sobretaxa total de 50% para entrar no mercado norte-americano — resultado da soma das tarifas recíprocas de abril (10%) e de uma tarifa punitiva adicional de 40%, imposta pela Casa Branca em julho. Trump justificou o aumento sob alegações de “violações de direitos humanos” e da “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

A isenção anunciada nesta sexta-feira trata apenas da tarifa de abril, e não está claro se o Brasil será incluído integralmente na suspensão. O governo americano ainda não divulgou detalhes sobre eventuais exceções específicas para países alvo de sobretaxas punitivas.

Na quinta-feira (13), o chanceler Mauro Vieira esteve em Washington para tratar diretamente da taxação com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Foi o terceiro encontro entre Vieira e Rubio desde que o secretário assumiu a liderança das negociações comerciais bilaterais.

Segundo o Itamaraty, a reunião buscou avançar em pontos técnicos antes de um possível novo encontro entre Lula e Trump. A Casa Branca, porém, não sinalizou mudanças imediatas na sobretaxa aplicada ao Brasil.

A administração Trump afirmou que a decisão de retirar parte das tarifas se baseia:

em “progressos substanciais” nas negociações comerciais recentes,

na “demanda doméstica atual”,

e na “capacidade produtiva interna” dos EUA.

O comunicado cita ainda acordos firmados com Argentina, El Salvador, Tailândia e Vietnã como exemplos do avanço da estratégia americana de “comércio recíproco”.

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