Liberação do FGTS pode pressionar inflação e levar juros acima de 15%, dizem especialistas

Foto: Aplicativo Caixa Econômica Federal- FGTS

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de injetar R$ 12 bilhões na economia por meio da liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) visa estimular o consumo, mas pode ter efeito colateral indesejado: acelerar a inflação. Segundo especialistas, a medida contraria a estratégia do Banco Central, que busca conter a demanda para reduzir a alta de preços.

De acordo com Werton Oliveira, da Ekonomy Consultoria Econômica, a liberação do FGTS pode obrigar o Banco Central a estender o ciclo de alta dos juros, com a Selic podendo ultrapassar os 15%, nível que não é registrado desde 2006.

A lógica econômica é simples: mais dinheiro circulando aumenta a demanda por bens e serviços. Se a oferta não acompanhar esse crescimento, os preços tendem a subir.

Velocidade e destino dos gastos – O impacto inflacionário dependerá de como e com que rapidez os beneficiados gastarão os recursos, explica João Fossaluzza, da EXP Empresarial.
Inflação dos alimentos – O risco maior, segundo Fossaluzza, é que a liberação do FGTS pressione ainda mais os preços de itens essenciais, como os alimentos.
Efeito sobre os salários – Embora possa aliviar o endividamento das famílias no curto prazo, a inflação gerada pela injeção de dinheiro na economia tende a corroer o poder de compra dos salários.


Com um cenário de inflação pressionada e a possível elevação dos juros, a medida do governo pode gerar alívio momentâneo, mas trazer desafios de longo prazo para a economia brasileira.

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