A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aprovou o texto principal do Orçamento de 2025, nesta quinta-feira (20).
Com informações Gazeta do Povo
Um ajuste fiscal e o fim da emissão monetária fazem parte do plano econômico anunciado neste domingo (10) pelo novo presidente da Argentina, Javier Milei, em seu primeiro discurso após tomar posse no cargo. O libertário avisou que a situação econômica da Argentina vai piorar antes que uma luz no caminho seja avistada e que deve adotar uma política de choque e não uma transição gradual.
Milei disse que nenhuma transição econômica gradual deu certo na Argentina e que a melhor alternativa é recorrer a uma política de choque e um ajuste fiscal. Ele disse o setor privado só vai voltar a investir na Argentina quando tiver certeza que algo está sendo feito, mas afirmou que a política de choque deve resultar em “estagflação” – condição que combina crescimento econômico estagnado e altas taxas de desemprego e inflação. Segundo Milei, esse será “o último golpe antes da reconstrução da Argentina”.
“Infelizmente, tenho que repetir: não há dinheiro. A conclusão é que não há alternativa ao ajuste e não há alternativa ao choque”, declarou o libertário ao falar para uma multidão nas portas do Congresso argentino.
O novo presidente admitiu que o “plano de choque” que vai aplicar terá um impacto negativo no nível de atividade, no emprego, nos salários reais e na taxa de pobreza e indigência. “Haverá estagflação, é verdade, mas não é algo muito diferente do que aconteceu nos últimos dois anos”, disse.
Milei ressaltou que a “herança” deixada pelo kirchnerismo é a pior que um governo argentino já recebeu, com um déficit financeiro e fiscal equivalente a 17% do PIB, uma inflação que cresce a uma taxa anual de 300%, uma atividade econômica paralisada, uma taxa de pobreza de 45% e uma taxa de miséria próxima de 10%. Segundo ele, nos últimos 12 anos a Argentina acumulou 5000% de inflação e encolheu o equivalente a 15% do PIB.
Por essas razões, ratificou que irá aplicar um ajuste fiscal de 5,5% do PIB que, segundo prometeu, recairá “quase inteiramente” sobre o Estado e não sobre o setor privado.
Além disso, confirmou que vai “limpar” o passivo do Banco Central e acabar com a emissão monetária que, insistiu, é a causa da elevada inflação da Argentina. Nesse sentido, disse ainda que a política monetária funciona com uma defasagem entre 18 e 24 meses, razão pela qual antecipou que a inflação se manterá elevada, e citou prognósticos de entidades privadas que projetam taxas mensais entre 20% e 40%, no período que vai de dezembro ao próximo mês de fevereiro.
Milei pintou um cenário fiscal e monetário delicado que, na sua avaliação, coloca a Argentina à beira da hiperinflação, que pode chegar a 15.000% ao ano. “Este é o legado que nos deixam: uma inflação plantada de 15.000% ao ano, que vamos lutar com unhas e dentes para erradicar”, assegurou.
“É a nossa maior prioridade fazer todos os esforços possíveis para evitar tal catástrofe, que levaria a pobreza acima dos 90% e a indigência acima dos 50%”, completou.
Milei advertiu ainda para a “herança” em termos de dívida: US$ 30 bilhões de dívida com importadores; US$ 10 bilhões de lucros retidos de empresas estrangeiras; US$ 25 bilhões de dívidas do Banco Central e US$ 35 bilhões de dívidas do Tesouro. “A bomba em termos de dívida ascende a US$ 100 bilhões (R$ 493,1 bilhões), que terão de ser somados aos quase US$ 420 bilhões (R$ 2 trilhões) de dívida já existente”, alertou.
A estes somam-se os vencimentos em 2024 da dívida soberana emitida em pesos pelo equivalente a cerca de US$ 90 bilhões (R$ 443 bilhões), mais os vencimentos com organismos multilaterais no valor de US$ 25 bilhões (R$ 123 bilhões). “Com os mercados financeiros fechados e o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) colapsado devido aos descumprimentos brutais do governo em fim de mandato, a rolagem da dívida é extremamente desafiadora”, reconheceu.
Apesar do panorama descrito, Milei afirmou que, depois do “reajuste macroeconômico”, a situação da Argentina começará a melhorar. “Haverá luz no fim do caminho”, prometeu.
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