Foto: Arisson Marinho/CORREIO
Com informações Correio
A situação de insegurança e os casos de agressões são as principais causas de problemas psicológicos para rodoviários de Salvador. Situação que faz com que a classe lide com tensão e ansiedade de forma diária, de acordo com psicólogos. No centro do medo da categoria, estão os assaltos a ônibus, que cresceram 26% no último ano, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários da Bahia. Com base em dados das concessionárias, entre dezembro de 2022 e novembro de 2023, o sindicato registrou 800 roubos a coletivos na capital.
No mesmo período anterior, de dezembro de 2021 a novembro de 2022, os ônibus foram assaltos em 633 oportunidades. Números que fazem Salvador sair de uma média de 53 para 67 casos por mês, com o pico de ocorrências registrado no mês de maio, quando 106 veículos das concessionárias viraram alvos da ação de bandidos. A Polícia Civil foi procurada para fornecer os dados que tem sobre esse tipo de crime e a reportagem aguarda retorno.
Diretor Sindicato dos Rodoviários de Salvador, Manoel Messias aponta uma situação de emergência para a categoria na cidade. “Estamos em risco de vida enquanto exercemos a nossa função como rodoviários. Os assaltos são o principal problema, onde colegas têm toda hora armas apontadas para sua cabeça e saem de casa sem a certeza de que vão retornar”, fala Assis.
“Além disso, há brigas e confusões, somos agredidos por passageiros. Estes são os grandes problemas que estamos trabalhando contra no momento, mas existem muitos outros também”, completa o diretor. A Integra foi procurada para responder se realiza algum tipo de acompanhamento psicológico de seus profissionais, considerando as circunstâncias exposta pela classe.
“O cotidiano do trabalho dos rodoviários faz com que a grande maioria dos empregados se adaptem ao processo. Cada caso deve ser avaliado individualmente. Os indivíduos não se estressam só no trabalho”, explica Jorge Castro, afirmando que a empresa faz acompanhamento dos rodoviários que relatam problemas psicológicos.
Especialista em terapia cognitivo comportamental, a psicóloga Ilayne Costa aponta que existem problemas inerentes a atuação profissional, o que torna fundamental a intervenção em grupo e individual. “Cada pessoa reage de formas diferentes aos traumas, é necessário que esse acompanhamento seja feito de forma contínua e preventiva. A prevenção em cuidados de saúde mental é considerada uma das melhores ferramentas para a assistência”, destaca a psicóloga.