Deputados da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão reunindo assinatura para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue a suposta interferência da agência americana Usaid nas eleições presidenciais brasileiras de 2022. A iniciativa, encabeçada pelos parlamentares Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já conta com o apoio de 98 deputados, aproximando-se das 171 assinaturas necessárias para sua abertura.
A proposta surge após declarações do norte-americano Mike Benz, ex-chefe do setor de informática da Usaid. Em entrevista, Benz afirmou que a agência teria financiado grandes instituições brasileiras desde 2018, com o objetivo de desestabilizar o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL). “Se a Usaid não existisse, Jair Bolsonaro ainda seria o presidente do Brasil, e o Brasil ainda teria uma internet livre e aberta”, afirmou Benz.
Para os deputados conservadores, as declarações de Benz reforçam suspeitas de interferência externa nos processos eleitorais brasileiros. Gustavo Gayer classificou a atuação da Usaid como um “ataque direto à soberania do país”, alegando que ONGs e outras organizações teriam sido usadas para censurar, manipular as eleições e silenciar vozes da oposição. Segundo Gayer, a CPI buscará “expor e esclarecer” esses acontecimentos.
Entre os apoiadores da proposta estão nomes como Carla Zambelli (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), General Girão (PL-RN), Ricardo Salles (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF). O grupo argumenta que as supostas interferências colocam em risco a democracia e o direito à liberdade de expressão no país.
A proposta de criação da CPI reflete o clima de polarização que domina o Congresso e promete gerar novos embates entre governo e oposição. Caso instalada, a comissão deve atrair atenção nacional e internacional, ampliando o debate sobre a influência de instituições estrangeiras em assuntos internos do Brasil.
Com informações do Hora Brasília.
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